Casa Popular

“Na Olot dos anos vinte, enquanto Manuel Malagrida construía o Casal Malagrida, ou dos ricos, Rafael Arau urbanizava o chamado Casal Popular, ou dos pobres”. Assim o arquiteto explica a origem do bairro onde se encontra esta habitação unifamiliar, idealizada para uma família numerosa, cuja projeção partia entre tipologias diversas e múltiplos desníveis a transpor. Um portão de garagem é o elemento omnipresente no projeto que obrigou a procurar diferentes estratégias para se reduzir o seu protagonismo. Um desnível de meio piso entre a rua e o jardim traseiro conduziu ao trabalho em seminíveis, convertendo a secção no principal argumento organizativo e representativo do projeto. Escondida por detrás da fachada, a caixilharia de alumínio permite que se mantenha a eficiência energética da habitação, sendo testemunha secreta do que se esconde no seu interior.

Ocultas atrás da fachada, tanto as janelas SOLEAL na sua versão folha oculta como as janelas de correr LUMEAL, também de folha oculta, permitiram que se aproveitasse ao máximo a entrada de luz natural, além de contribuírem para a melhoria da eficiência energética da habitação.

CRITÉRIOS SUSTENTÁVEIS

Dispõe de um colchão térmico na fachada a poente, que controla a radiação solar e favorece a evacuação de ar quente. No interior utiliza-se a inércia térmica e ambos os pisos têm ventilação natural cruzada. Há uma captação fotovoltaica que reduz o consumo elétrico de rede e sanitários com sistemas para a poupança de água. Certas partes da construção estão resolvidas com elementos modulares, materiais renováveis e juntas secas que facilitam a desmontagem.