Júri

É bem verdade que todo e qualquer prémio é sempre justo e merecido. Este não foge à regra. Porque um prémio representa um reconhecimento por parte de alguns a alguém ou alguma coisa, constituindo igualmente a consequência de uma decisão tomada no âmbito de referência de um determinado contexto temporal, espacial e, naturalmente, cultural.

Apesar disso, importa recordar que a atribuição de um prémio não deixa de ser uma decisão manifestada e, às vezes, contestada por um júri, ao qual se confere geralmente uma importância nem sempre justificada. Eis a beleza e, em certos casos, a tragédia dos prémios. É esta condição dos prémios, aparentemente arbitrária e em muitos casos efémera, que nos leva a valorizar de forma especial o “rol” dos Prémios Palmarés Architecture Aluminium Technal, enquanto catálogo da produção arquitetónica diversificada realizada durante o quadro temporal de cada edição, e enquanto documento inestimável para acompanhar a evolução e o percurso que a arquitetura de qualidade traçou em Espanha e Portugal.

Vivemos uma fase incerta no que ao futuro da arquitetura diz respeito e, não obstante a certeza de que a própria arquitetura é ou deveria ser plural, encontramo-nos face a uma oferta tão dispersa e, sobretudo, tão diversa, que se poderia pensar que o objetivo anunciado pela arquitetura moderna, no que se refere à supressão da norma ou do manual, atingiu o seu auge.

É evidente que este prémio não é, ou não deveria ser, alheio a tudo isto e que ao longo das suas várias edições se adensou a convicção da busca necessária de um espaço face às “novas fronteiras” de um futuro sempre incerto. E um dos caminhos que nos permitirá alcançar este objetivo, nasce da própria essência do prémio, ou seja, da colaboração necessária entre o arquiteto e as empresas envolvidas no processo da conceção do projeto, sendo este o caso evidente da empresa Technal, que avaliza e apoia o trabalho do arquiteto e, por último, implementa este prémio que, com toda a segurança, ajudará a melhorar o já de si elevado nível quantitativo e qualitativo da arquitetura do nosso país.

Jon Montero
ARQUITETO. ESTUDIO TAU
Presidente do Júri